29 de maio de 2014

PRF suspende etapas do concurso após falhas.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) suspendeu o concurso que prevê 216 vagas para agente administrativo, até que se esclareça o sumiço de provas que não foram aplicadas, no último domingo, para um grupo de 415 candidatos em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

A Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt (Funcab), responsável pela seleção, já protocolou na PRF documentos com informações sobre o incidente. 

Órgão apura sumiço de provas
em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Cerca de 260 mil candidatos disputam 216 vagas
de agente administrativo.

Segundo o comunicado da PRF, as etapas do concurso estão suspensas até que se tenha posicionamento conjunto da Polícia Rodoviária Federal e da Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça.Aproximadamente 260 mil candidatos se inscreveram para a seleção.

A divulgação dos gabaritos também foi suspensa. A etapa estava prevista para acontecer na tarde da última terça-feira. A Funcab informou em nota que respeitou a solicitação da comissão nacional do concurso de não publicar o gabarito.

O sumiço da prova foi registrado no Colégio Dom Bosco, na região Central de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Também houve confusão depois que os candidatos foram informados de que haveria atraso na aplicação do exame.

As 216 oportunidades são para o cargo de agente administrativo da Polícia Rodoviária Federal, classe A, padrão I. É exigido Ensino Médio completo. Os selecionados terão vencimentos de até R$ 4.318,17, incluídas gratificações e benefícios.

Na página da PRF no Facebook, os candidatos eram favoráveis ao cancelamento do concurso e a realização de outra seleção por uma nova banca. Algumas pessoas também informaram que a prova foi aplicada com folhas soltas..

Candidatos vão acionar o MPF para cancelar o concurso.

Candidatos que não fizeram a prova objetiva do concurso para agentes administrativos da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na tarde deste domingo (25) prometem acionar o MPF (Ministério Público Federal) para que ela seja cancelada. As provas que seriam aplicadas no Bloco E do Colégio Dom Bosco não chegaram e nenhuma explicação oficial foi apresentada aos inscritos.

Segundo os candidatos, cada fiscal de sala agiu 
de uma forma que bem entendesse. 
Alguns entregaram o gabarito e os outros uma declaração 
 como forma de confirmar que a pessoa esteve presente no local.

Muito tumulto, vaias e confusão marcaram a aplicação da prova. Quatro equipes da PM (Polícia Militar) foram acionadas para conter os ânimos no local.

O pintor Valter Ferreira, 42 anos, foi um dos candidatos lesados. Ele reuniu pessoas na mesma situação para combinar a ação. “Conseguimos a lista dos candidatos que não fizeram a prova por culpa deste problema e amanhã vamos pedir ao MPF o cancelamento dela”, avisa Ferreira.

A prova estava marcada para ter início às 14h10. De acordo com os candidatos, várias explicações eram dadas por diferentes pessoas. “Uma falta de organização. Primeiro comunicaram o atraso de 30 minutos, depois de uma hora. Depois falaram que os malotes vinham de taxi, depois de outros colégios, outra hora de que foram extraviadas”, conta outro candidato, o empresário Altair da Silva Junior, 37 anos.
 

Os concorrentes a vaga contam que em certo momento foi afirmado pelos fiscais, que as provas dos candidatos faltosos de outros locais estavam sendo recolhidas pra trazer até o Dom Bosco.

Vários candidatos abandonaram o local indignados, após esperarem duas horas pela chegada dos malotes com os exames. “Não estou em condições psicológicas para fazer a prova”, comenta a assistente social, Alyssandra Moraes, 39 anos.

Alguns aspirantes ao concurso vieram do interior e outros estados para fazer a prova. Entre eles a militar Adriana Pinho, 38 anos, de Corumbá. “Faltou comprometimento e organização, isso pode prejudicar o concurso no Brasil inteiro”, ressaltou a candidata que após sair do local prometeu ir até a Polícia Civil registrar um boletim de ocorrência.
 

Segundo os candidatos, cada fiscal de sala agiu de uma forma que bem entendesse. Alguns entregaram o gabarito e os outros uma declaração como forma de confirmar que a pessoa esteve presente no local.

Três inspetores da PRF estavam no local. O inspetor José Ramão Mariano, ressalta que a responsabilidade do concurso é da Funcab (Fundação Professor Carlos Auguesto Bittencourt). “Eles são da banca examinadora e quem deve prestar esclarecimento do que aconteceu. A organização regional da Funcab deve apresentar um relatório e encaminhar para comissão nacional do concurso. A PRF local também deve fazer um relatório, independente de ocorrência ou não”, explica o inspetor.

Em Mato Grosso do Sul 11.549 pessoas se inscreveram no concurso. De acordo com Mariano, 400 pessoas deixaram de fazer a prova por falha na organização. 

Em Campo Grande, foram 12 escolas aplicando a prova. O único problema registrado aconteceu no bloco E do Colégio Dom Bosco. .

Coordenador admite extravio e diz a candidatos que “não vai haver prova”.

Vídeo gravado por um candidato do concurso de agente administrativo da PRF (Polícia Rodoviária Federal) mostra o coordenador regional do certame, em Mato Grosso do Sul, confirmando que alguns malotes com provas enviados ao Colégio Dom Bosco, em Campo Grande, foram extraviados.

Em determinado momento, o funcionário afirmou 
que o malote com as provas estava no prédio, 
mas depois acabou confessando que os malotes do bloco
 onde foi registrado o tumulto não chegaram com os demais.

Na gravação, ainda é possível ouvir o funcionário da Funcab (Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt) dizendo que “não vai haver prova”.

As imagens foram cedidas ao Campo Grande News pelo candidato Carlos Novaes. Ele afirmou que o rapaz de amarelo que aparece na gravação estava identificado como coordenador regional do concurso em Campo Grande.

Durante os quase três minutos de imagens é possível ouvir discussão e tumulto entre as pessoas. “Vamos fazer uma coisa, nesse bloco não vai haver provas. Não é isso que vocês estão falando, que não vão fazer a prova”, disse o rapaz identificado com o crachá da fundação organizadora do concurso..

Como resposta, candidatos, irritados, gritam que o concurso perdeu a validade por causa dos atrasos e dos extravios de exames. “Vamos entrar com representação contra fundação”, afirmou um homem.

É um direto de vocês. O que eu tenho autoridade para falar é que nesse bloco não vai haver prova em função da realidade que está”, rebateu o organizador.


Em determinado momento, o funcionário afirmou que o malote com as provas estava no prédio, mas depois acabou confessando que os malotes do bloco onde foi registrado o tumulto não chegaram com os demais.

Esclarecimentos – Procurado pela reportagem, o Departamento de Polícia Rodoviária Federal, em Brasília (DF), informou, nesta segunda-feira (26), que a organizadora do concurso para agentes administrativos da instituição em todo o País tem 24 horas para explicar o tumulto ocorrido durante a aplicação de provas na Capital sul-mato-grossense.

Conforme a nota, “cerca de 415 candidatos de um dos blocos do colégio Dom Bosco, em Campo Grande, não receberam os cadernos de provas. Assim que tomou conhecimento do fato, a Polícia Rodoviária Federal acompanhou a situação no local e solicitou à Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt (Funcab), empresa contratada responsável pela organização do certame, o relato oficial do ocorrido. A Funcab tem 24 horas para se manifestar”.

Momentos antes do posicionamento da PRF de Brasília, a Funcab, que tem sede em Niterói (RJ), divulgou nota oficial à imprensa informando que as consequências geradas em função do tumulto registrado em Campo Grande estão sendo analisadas.

A entidade diz, no texto, que não houve quebra da lisura do processo seletivo e afirma que foram os candidatos que provocaram tumulto. Para a fundação, aplicação das provas do concurso foi "um sucesso" em todo o território nacional e o certame transcorre normalmente.

Conforme a PRF, as provas foram aplicadas em todas as capitais do Brasil para, aproximadamente, 260 mil candidatos inscritos. Em Mato Grosso do Sul 11.549 pessoas se inscreveram no concurso. Para o Estado, estão disponíveis 15 vagas, sendo três para deficientes.

Em Campo Grande, foram 12 escolas aplicando a prova. O único problema registrado aconteceu no Bloco E do Colégio Dom Bosco.

Mais problemas? – Após sequência de matérias publicadas a respeito do tumulto ocorrido no Colégio Dom Bosco, a leitora do Campo Grande News, Kely Arraes Torres, enviou e-mail ao jornal relatando que também enfrentou problemas na Unigran, em Campo Grande, outro local de aplicação de provas.

"Venho deixar minha indignação sobre a prova da PRF, pois não foi apenas no Dom Bosco que as provas atrasaram, na Unigran também atrasou. Sem contar que havia candidato usando o celular durante a realização da mesma, um absurdo o despreparo dos fiscais", escreveu.

 FUNCAB diz que a prova foi um sucesso!

 


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