A Polícia Rodoviária Federal (PRF) suspendeu o concurso que prevê 216
vagas para agente administrativo, até que se esclareça o sumiço de
provas que não foram aplicadas, no último domingo, para um grupo de 415
candidatos em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
A Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt (Funcab),
responsável pela seleção, já protocolou na PRF documentos com
informações sobre o incidente.
Órgão apura sumiço de provas
em Campo Grande, no
Mato Grosso do Sul.
Cerca de 260 mil candidatos disputam 216 vagas
de
agente administrativo.
Segundo o comunicado da PRF, as etapas do
concurso estão suspensas até que se tenha posicionamento conjunto da
Polícia Rodoviária Federal e da Consultoria Jurídica do Ministério da
Justiça.Aproximadamente 260 mil candidatos se inscreveram para a
seleção.
A divulgação dos gabaritos também foi suspensa.
A etapa estava prevista para acontecer na tarde da última terça-feira. A
Funcab informou em nota que respeitou a solicitação da comissão
nacional do concurso de não publicar o gabarito.
O sumiço da prova foi registrado no Colégio Dom
Bosco, na região Central de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Também
houve confusão depois que os candidatos foram informados de que haveria
atraso na aplicação do exame.
As 216 oportunidades são para o cargo de agente
administrativo da Polícia Rodoviária Federal, classe A, padrão I. É
exigido Ensino Médio completo. Os selecionados terão vencimentos de até
R$ 4.318,17, incluídas gratificações e benefícios.
Na página da PRF no Facebook, os candidatos
eram favoráveis ao cancelamento do concurso e a realização de outra
seleção por uma nova banca. Algumas pessoas também informaram que a
prova foi aplicada com folhas soltas..
Candidatos vão acionar o MPF para cancelar o concurso.
Candidatos que não fizeram a prova objetiva do concurso para agentes administrativos da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na tarde deste domingo (25) prometem acionar o MPF (Ministério Público Federal) para que ela seja cancelada.
As provas que seriam aplicadas no Bloco E do Colégio Dom Bosco não
chegaram e nenhuma explicação oficial foi apresentada aos inscritos.
Segundo os candidatos, cada fiscal de sala agiu
de uma forma que bem
entendesse.
Alguns entregaram o gabarito e os outros uma declaração
como forma de confirmar que a pessoa esteve presente no local.
Muito tumulto, vaias e confusão marcaram a aplicação da prova. Quatro
equipes da PM (Polícia Militar) foram acionadas para conter os ânimos no
local.
O pintor Valter Ferreira, 42 anos, foi um dos candidatos lesados. Ele
reuniu pessoas na mesma situação para combinar a ação. “Conseguimos a
lista dos candidatos que não fizeram a prova por culpa deste problema e
amanhã vamos pedir ao MPF o cancelamento dela”, avisa Ferreira.
A
prova estava marcada para ter início às 14h10. De acordo com os
candidatos, várias explicações eram dadas por diferentes pessoas. “Uma
falta de organização. Primeiro comunicaram o atraso de 30 minutos,
depois de uma hora. Depois falaram que os malotes vinham de taxi, depois
de outros colégios, outra hora de que foram extraviadas”, conta outro
candidato, o empresário Altair da Silva Junior, 37 anos.
Os concorrentes a vaga contam que em certo momento foi afirmado pelos
fiscais, que as provas dos candidatos faltosos de outros locais estavam
sendo recolhidas pra trazer até o Dom Bosco.
Vários candidatos
abandonaram o local indignados, após esperarem duas horas pela chegada
dos malotes com os exames. “Não estou em condições psicológicas para
fazer a prova”, comenta a assistente social, Alyssandra Moraes, 39 anos.
Alguns aspirantes ao concurso vieram do interior e outros estados
para fazer a prova. Entre eles a militar Adriana Pinho, 38 anos, de
Corumbá. “Faltou comprometimento e organização, isso pode prejudicar o
concurso no Brasil inteiro”, ressaltou a candidata que após sair do
local prometeu ir até a Polícia Civil registrar um boletim de
ocorrência.
Segundo os candidatos, cada fiscal de sala agiu de
uma forma que bem entendesse. Alguns entregaram o gabarito e os outros
uma declaração como forma de confirmar que a pessoa esteve presente no
local.
Três inspetores da PRF estavam no local. O inspetor José Ramão
Mariano, ressalta que a responsabilidade do concurso é da Funcab
(Fundação Professor Carlos Auguesto Bittencourt). “Eles são da banca
examinadora e quem deve prestar esclarecimento do que aconteceu. A
organização regional da Funcab deve apresentar um relatório e encaminhar
para comissão nacional do concurso. A PRF local também deve fazer um
relatório, independente de ocorrência ou não”, explica o inspetor.
Em
Mato Grosso do Sul 11.549 pessoas se inscreveram no concurso. De acordo
com Mariano, 400 pessoas deixaram de fazer a prova por falha na
organização.
Em Campo Grande, foram 12 escolas aplicando a prova. O único problema registrado aconteceu no bloco E do Colégio Dom Bosco. .
Coordenador admite extravio e diz a candidatos que “não vai haver prova”.
Vídeo gravado por um candidato do concurso de agente administrativo da PRF (Polícia Rodoviária Federal) mostra o coordenador regional do certame, em Mato Grosso do Sul, confirmando que alguns malotes com provas enviados ao Colégio Dom Bosco, em Campo Grande, foram extraviados.
Em determinado momento, o funcionário afirmou
que o malote com as
provas estava no prédio,
mas depois acabou confessando que os malotes do
bloco
onde foi registrado o tumulto não chegaram com os demais.
Na gravação, ainda é possível ouvir o funcionário da Funcab (Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt) dizendo que “não vai haver prova”.
As imagens foram cedidas ao Campo Grande News pelo
candidato Carlos Novaes. Ele afirmou que o rapaz de amarelo que aparece
na gravação estava identificado como coordenador regional do concurso
em Campo Grande.
Durante os quase três minutos de imagens é possível ouvir discussão e tumulto entre as pessoas. “Vamos fazer uma coisa, nesse bloco não vai haver provas. Não é isso que vocês estão falando, que não vão fazer a prova”, disse o rapaz identificado com o crachá da fundação organizadora do concurso..
Como
resposta, candidatos, irritados, gritam que o concurso perdeu a
validade por causa dos atrasos e dos extravios de exames. “Vamos entrar
com representação contra fundação”, afirmou um homem.
“É um direto de vocês. O que eu tenho autoridade para falar é que nesse bloco não vai haver prova em função da realidade que está”, rebateu o organizador.
Em
determinado momento, o funcionário afirmou que o malote com as provas
estava no prédio, mas depois acabou confessando que os malotes do bloco
onde foi registrado o tumulto não chegaram com os demais.
Esclarecimentos – Procurado
pela reportagem, o Departamento de Polícia Rodoviária Federal, em
Brasília (DF), informou, nesta segunda-feira (26), que a organizadora do
concurso para agentes administrativos da instituição em todo o País tem
24 horas para explicar o tumulto ocorrido durante a aplicação de provas
na Capital sul-mato-grossense.
Conforme a nota, “cerca de 415
candidatos de um dos blocos do colégio Dom Bosco, em Campo Grande, não
receberam os cadernos de provas. Assim que tomou conhecimento do fato, a
Polícia Rodoviária Federal acompanhou a situação no local e solicitou à
Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt (Funcab), empresa
contratada responsável pela organização do certame, o relato oficial do
ocorrido. A Funcab tem 24 horas para se manifestar”.
Momentos
antes do posicionamento da PRF de Brasília, a Funcab, que tem sede em
Niterói (RJ), divulgou nota oficial à imprensa informando que as
consequências geradas em função do tumulto registrado em Campo Grande
estão sendo analisadas.
A entidade diz, no texto, que não houve quebra da lisura do processo
seletivo e afirma que foram os candidatos que provocaram tumulto. Para a
fundação, aplicação das provas do concurso foi "um sucesso" em todo o
território nacional e o certame transcorre normalmente.
Conforme
a PRF, as provas foram aplicadas em todas as capitais do Brasil para,
aproximadamente, 260 mil candidatos inscritos. Em Mato Grosso do Sul
11.549 pessoas se inscreveram no concurso. Para o Estado, estão
disponíveis 15 vagas, sendo três para deficientes.
Em Campo Grande, foram 12 escolas aplicando a prova. O único problema registrado aconteceu no Bloco E do Colégio Dom Bosco.
Mais problemas? – Após
sequência de matérias publicadas a respeito do tumulto ocorrido no
Colégio Dom Bosco, a leitora do Campo Grande News, Kely Arraes Torres,
enviou e-mail ao jornal relatando que também enfrentou problemas na
Unigran, em Campo Grande, outro local de aplicação de provas.
"Venho
deixar minha indignação sobre a prova da PRF, pois não foi apenas no
Dom Bosco que as provas atrasaram, na Unigran também atrasou. Sem contar
que havia candidato usando o celular durante a realização da mesma, um
absurdo o despreparo dos fiscais", escreveu.
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