Quando eu
escrevi o artigo “Concurso: plano realista para se preparar – e
passar“, comentei que além de ter uma experiência pessoal
bastante positiva com concursos públicos (e que reflito nos meus
artigos), tenho também contato próximo com bastante gente aprovada
em concorridos concursos recentes, e que reconheço nelas algumas
características em comum.
E o mais
interessante: várias delas compartilham a minha opinião de que as
características que elas têm em comum não correspondem a uma
vontade (ou capacidade) insana de estudar todas as apostilas do
mundo. Estudar certo é apenas um requisito essencial, mas o que
diferencia estes candidatos aprovados com que eu convivo parece ser a
capacidade de se manter motivado, de fazer escolhas racionais e de
incluir a preparação para concursos na sua vida normal, deixando de
fazer com que seja algo que interfere ou atrapalha.
As minhas
opiniões sobre o assunto já se refletiram em vários artigos que eu
escrevi, mas ao ler um destes meus artigos, uma destas pessoas com
quem eu convivo e que recentemente passou em um concurso público
federal para um cargo para o qual havia mais de 400 candidatos por
vaga me procurou sugerindo compartilhar com os leitores o
posicionamento que ela adotou.
Claro que
eu aceitei a oportunidade de compartilhar estas dicas com vocês, e
topei a oferta. Em troca de um cachê milionário, sugeri que ela
adotasse o popular formato “12 dicas”, refletindo a experiência
pessoal dela, que aí cada interessado pode decidir se são
aplicáveis ou não à sua vida pessoal.
Portanto,
segue o texto dela, na íntegra!
12 dicas
de uma aprovada em concurso público
1.
Acredite! Ok, você mal começou a ler e já deu de cara com um
clichê. Mas é verdade, não tem como se dedicar e manter motivado
até o final se você achar que não vai conseguir. Eu costumava
pensar: alguém sempre vai passar!
2.
Desencane da concorrência! Segundo clichê, tudo bem. Mas imagine
que você está suuuper empolgado, saiu o edital, já começou a ir
atrás do material e de repente divulgam a relação: 600
candidatos/vaga (ou 100, ou 20, que seja).
Não desanime, o que está
ao seu alcance para estar à frente deles é VOCÊ se preparar – e
a situação deles, coletivamente, não é diferente.
3. Não
economize mais do que o necessário. Pense em material de estudo como
investimento. Não se endivide, mas também não seja mesquinho. Vale
bem mais a pena comprar um livro bom e caro do que comprar outro
desatualizado ou que não serve pra nada. E não são só os livros:
assine sites especializados.
Eu usei o da Folha Dirigida pra download
de provas (fiz a menor assinatura, super baratinho e baixei milhões
de provas) e para as matérias jurídicas usava também a biblioteca
de questões do Portal ClubJus que tem um filtro ótimo que delimita
bem o assunto. Na época era gratuito, depois creio que passou a ser
cobrado. Mas admito que comprei várias coisas inúteis, como um
curso online de raciocício lógico que chegou a me dar vergonha
alheia pela quantidade de erros. Nem sempre a gente acerta…
4. Peça
ajuda a quem sabe. Leve o edital para um conhecido da área indicar a
bibliografia. Para as matérias jurídicas, eu cansei de comprar
livros que estavam totalmente fora do propósito até que uma prima
advogada me indicou e até emprestou os livros certos.
5. Foco
no conteúdo! O tempo muitas vezes é escasso. Se o assunto for
interessante, a tentação de divagar fica grande. É como pesquisar
na Wikipédia:
A você entra em um assunto, clica num link, depois em
outro e daqui a pouco nem lembra mais onde começou e o que queria
saber. A minha dica é ficar sempre com o conteúdo programático em
mãos. Eu prendi o meu num desses calendários triangulares de mesa,
pra não perder no meio da papelada e ia grifando com um marca-texto
os assuntos já estudados.
6. Não
se deixe desanimar pelos outros. Tem gente que vai insistir pra você
sair bem naquele dia que o estudo está rendendo, outros vão dizer
que concurso é uma questão de cartas marcadas (eu não acredito que
seja tão fácil de a entidade fraudar com sucesso, pelo menos na
maioria dos casos, mas tudo bem). Enfim, tem coisas que é melhor
deixar entrar por um ouvido e sair pelo outro.
7. Lazer
e equilíbrio. Claro que você vai abrir mão de algumas coisas, mas
se ficar trancado em casa não vai se manter motivado por muito
tempo. Como eu trabalhava período integral, precisava usar as noites
e final de semana para estudar. Desisti de algumas viagens, mas
sempre arranjava tempo pra uma cervejinha com os amigos. Tem que ser
encontrado o equilíbrio.
8.
Respeite-se! Há dias que não adianta, a matéria não entra de
jeito nenhum: dê um tempo, caminhe, tome um banho, cozinhe, tome uma
cerveja, converse no MSN. Se não tiver jeito, tire o dia de folga e
recomece amanhã. Só não pode virar hábito.
9. Plano
B. Chegou um momento em que eu estava saturada, me distraía o tempo
todo com TV, Internet, comida… Só motivação pura não bastava,
aí passei a ir estudar na biblioteca de uma faculdade. E tinha que
ser numa bem longe, porque se ia na mais perto de casa me dava muita
vontade de fugir pro meu quarto.
10.
Exercícios, exercícios! O mais megaimportante: EXERCÍCIOS, MUITOS
EXERCÍCIOS, EXERCÍCIOS EXCESSIVOS. Não importa se você estuda
lendo, fazendo tabela, resumo, desenho, organograma, o importante é
resolver muitos exercícios mesmo. Resolver, e não ficar lendo a
pergunta e a resposta certa.
Tenho certeza que foi esse exagero que
me fez ser aprovada: lia um assunto, daí resolvia umas 100 questões
sobre aquilo. Cansava? Ok, só mais 20…
Fazendo isso você passa a
entender o raciocínio das perguntas, o que a banca costuma avaliar
de cada assunto. A formulação muda, mas o conteúdo é semelhante.
Além disso, você ainda percebe as suas próprias dúvidas e as
corrige.
11.
Reprovou em 2? Em 3? Não desista! No último ano fiz 7 concursos e
muitas vezes bati na trave, daí pensava: “É, alguém se preparou
mais que eu…” Ou ia super bem na prova e caia lá pra trás na
classificação por causa de alguma prova de títulos. Não vou
mentir, isso me deixava furiosa e às vezes depois de uma decepção
dessas ou de uma prova muito difícil, eu me permitia uma semana de
folga, ou até mais. Mas logo recomeçava, mesmo que num ritmo mais
lento.
12. Tenha
um objetivo Minha aprovação mais recente foi para um cargo pelo
qual eu tenho fascinação, então não foi difícil: conseguia até
me imaginar exercendo. Mas a motivação pode ser qualquer uma: quer
ser PF para lutar contra o crime, ser fiscal para combater
contrabando ou a galera que sonega enquanto a gente se mata de pagar
impostos? O importante é ter foco, e nem sempre precisa ser no
contra-cheque e na estabilidade.
Por
Augusto
Campos
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