Você já parou para pensar em alguma estratégia para vencer a preguiça para estudar?
Já percebeu quando experimenta um tipo de sensação que podemos
classificar como preguiça? Muito bem, a palavra preguiça vem do latim
"pigritia". Conceitualmente, significa aversão ao trabalho ou ao
esforço.
Sem a intenção de entrar no debate político-religioso ou sociológico
sobre a preguiça, já que alguns sustentam a sua importância, ao
defenderam o ócio, já outros, inclusive com fundamentos, a tratam como
pecado. Aliás, um dos sete pecados capitais.
Assim, sem a
pretensão de entrar neste debate, para efeito da preparação para o
concurso público, vamos partir da premissa de que a preguiça é um
comportamento negativo, ao corresponder à falta de um esforço que
deveria ser realizado. E não realizando, há um prejuízo, em termos não
aproveitamento do tempo que poderia ser aproveitado. Ou seja, traduzindo
e resumindo, a preguiça é deixar de estudar quando deveria e poderia.
Ou mesmo estudar de forma não empenhada e esforçada como deveria e
poderia.
Partindo da mencionada premissa, cabe
indagar: como a preguiça se manifesta na preparação para o concurso?
Quais são os sintomas?
Temos várias possibilidades. Vamos a algumas
delas:
- não tomar as atitudes que deveria tomar, como se deslocar ao local de estudo, no momento em que deveria estudar;- não se empenhar para manter o foco no estudo, dando margem e alimentando os pensamentos que desviam o foco atencional no momento do estudo (vulgo "viajar");- não manter o foco atencional na aula que o professor está ministrando no curso presencial;- deixar de assistir uma aula on line no momento em que havia se programado para tanto ou deixar de se deslocar para a sala de aula do curso presencial;- desistir da montagem de um plano de estudos metodologicamente consistente, não se empenhando para levantar informações e variáveis relevantes (comum em relação a algumas pessoas que se cadastram no Sistema que desenvolvi, denominado Tuctor);- deixar de corrigir uma prova, avaliando e refletindo sobre os erros e acertos a partir do gabarito;- não realizar exercícios enquanto forma de estudo, nas situações em que seria possível e recomendável;- não continuar a ler este texto, por falta de disposição para a leitura!
Outra forma de manifestação da preguiça, muito comum entre as milhares de pessoas que se aventuram na busca da aprovação no concurso - e aqui a palavra mais correta é aventura mesmo, consiste no binômio falta de disposição para o esforço necessário-busca desesperada pela fórmula mágica que proporcione a aprovação de forma rápida e fácil. É o que chamo de comportamento do típico "Candidato Microondas", que se ilude com a aprovação rápida, fácil e grátis (sem esforço). E para estes infelizes, os "especialistas sem especialização" deitam e rolam com as soluções milagrosas.
Porém, obviamente que todos nós estamos
sujeitos e vulneráveis à preguiça. Uns mais outros menos. Mas não é
motivo de vergonha estarmos apresentarmos um comportamento que se
enquadre no conceito de preguiça.
Inclusive, no caso dos
estudos, que envolveria a preguiça cognitiva, vários fundamentos podem
ser invocados para a compreensão do fenômeno. Um deles seria a lógica
economicista do funcionamento do cérebro.
Neste sentido, e fato
que tendemos, intelectualmente, a conter esforços como forma de poupar
energia, enquanto meio de busca de sobrevivência. Conforme texto
publicado na Revista Mente e Cérebro, "os seres humanos são avaros
cognitivos: nossa tendência básica é nos acomodar com as formas de
processamento que demandam menos esforço" (O que os testes de QI não
Revelam. No. 203, Ano XVII, pag. 43).
Superadas
estas compreensões, o que interessa a partir de agora é: como fazer se
estamos com preguiça para os estudos? Como reverter esta situação?
Vamos lá!
Primeiramente,
como em relação a vários outros aspectos da preparação para concursos, é
preciso tomar consciência. É preciso perceber quando estamos acometidos
por um estado de preguiça, tomar consciência e, acima de tudo
reconhecer e aceitar. Você não precisa ter vergonha de si mesmo!
Em
seguida precisamos passar pela compreensão sensorial do fenômeno. Isto
é, o que você está sentido quando tem preguiça para estudar? O que está
acontecendo sensorialmente? O que o seu corpo e mente dizem sobre isto?
Vivencie a sensação, para que perceba e entenda. O que é mais forte, não
querer fazer o que deve ser feito em termos de estudo, fazer ou pensar
em outra coisa ou se manter inerte? Tenha a clareza de como a preguiça
se manifesta!
Posteriormente, após a tomada de consciência e
compreensão, passe à fase de questionamento e desconstrução. Isto é,
passe a se questionar sobre a causa desta sensação e estado. De onde vem
isto? Por que isto acontece? Por que não tem preguiça para outra
determinada atividade e tem para os estudos?
Avançando na
reflexão, precisamos partir para questionamentos mais construtivos, como
se indagar porque não consegue ter disposição e satisfação para estudar
o que deve? O que impede o prazer nos estudos? Obviamente que uma
estratégia importante é trabalhar o prazer em aprender, um tema que
tenho trabalhado reiteradamente.
Mas o fato é que no referido
questionamento sobre o que impede ter satisfação com o esforço
intelectual-cognitivo voltado aos estudos, seguramente, a resposta será
negativa. Afinal, racionalmente falando, nada nos impede de ter
satisfação com os estudos! E é importante se convencer conscientemente e
racionalmente disto.
Assim, o espaço estará aberto para você converter a preguiça em disposição.
Bom desafio no enfretamento da preguiça!
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