Com prova marcada para 30 de março, o concurso da Caixa
Econômica Federal, o cargo de Técnico Bancário poderá ser um dos mais disputados da história. Ele acontecerá pouco depois do concurso do Banco do Brasil
para escriturário, também de nível médio. E, segundo especialistas, é possível
aproveitar o conteúdo estudado para aquela prova na reta final da preparação
para a Caixa.
Segundo professores consultados, os mesmos conteúdos
de língua portuguesa, matemática, raciocínio lógico, atendimento e
conhecimentos bancários vistos para o concurso do BB podem ser aproveitados
para o da Caixa.
Em língua portuguesa, Aline Aurora, professora do Gabarita
Português, ressalta que o conteúdo será o mesmo, mas a cobrança das bancas é
diferente. "O Cespe costuma cobrar muitas questões que exigem do candidato
compreensão do texto não só global, mas também estrutural e semântica."
"Na prova do Banco do Brasil, as perguntas de português
tiveram interpretação de texto e as de raciocínio lógico e matemática foram
bastante tematizadas com cálculos cotidianos da rotina de um banco, tendência
que pode se repetir na Caixa", afirma Fernando Bentes.
Segundo ele, a Caixa também vai cobrar um tópico que não
apareceu na prova do BB: a redação oficial, uma padronização da norma culta
definida em um manual da Presidência da República.
Outros temas
A prova da Caixa é organizada pelo Cespe/UnB e, além de
português, deverá envolver as seguintes disciplinas em conhecimentos básicos:
matemática, raciocínio lógico, atualidades, ética e legislação específica.
Em conhecimentos específicos, as disciplinas são atendimento
e conhecimentos bancários (exceto para os polos de tecnologia da informação) e
tecnologia da informação e conhecimentos bancários (para os polos de tecnologia
da informação).
Em conhecimentos bancários, Sistema Financeiro Nacional,
produtos bancários, mercados imobiliários, títulos de crédito rural e
regulamentações do Banco Central podem cair na prova do dia 30. Juliana
Pivotto, sócia do Grupo Nova Concursos, explica que a Caixa cobra mais tópicos
de conhecimentos bancários do que o BB. "Agora o candidato pode focar nas
disciplinas em que a Caixa exige mais", aconselha.
Na disciplina de atualidades, Fernando Bentes acredita que a
Caixa cobrará conhecimentos de meio ambiente, relações internacionais,
movimentos sociais, economia, energia e política.
Em legislação específica, conhecimentos de direito
administrativo e leis referentes a serviços públicos prestados pelo órgão na
assistência social e em garantias trabalhistas devem ser cobrados.
Para Carlos Arthur Newlands, professor do Concurso Virtual,
questões sobre as atribuições e competências do Conselho Monetário Nacional e
do Banco Central também estarão presentes no concurso da Caixa.
"Arrisco apostar que entre os 50 itens de conhecimentos
bancários cerca de 10 serão sobre esse tópico. Ele deve ser mais aprofundado
(do que no BB), pois o nível de exigência e de profundidade das provas do Cespe
será maior", completa.
Pontuação e estilo da banca
A pontuação das disciplinas é uma das grandes diferenças
entre os dois concursos. Segundo Bentes, a Cesgranrio, que fez o concurso do
Banco do Brasil fracionou os pontos e deu importância semelhante a todas as
disciplinas na prova. Já o Cespe vai valorizar as provas de língua portuguesa e
de conhecimentos específicos, que vão valer 168 pontos.
"O BB selecionou um candidato com formação geral mais
completa enquanto a Caixa está realizando uma seleção mais técnica, para ter um
candidato com noções completas das funções que desempenhará no cargo",
ressalta Bentes. Reforçando essa tendência, a prova de redação da Caixa valerá
apenas 20 pontos, quanto a do Banco do Brasil valia 100 pontos.
Enquanto a Cesgranrio trouxe perguntas com alternativas, o
Cespe/UnB utiliza o formato de certo ou errado, em que se o candidato erra,
perde um ponto, anulando outra questão que já tenha acertado.
"A Cesgranrio é uma banca que formula as questões de
maneira mais tradicional e literal do que o Cespe, que formula questões
assertivas que devem ser interpretadas e julgadas", afirma Rodrigo
Menezes, diretor do Concurso Virtual.
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