13 de junho de 2016

Veja dez erros de quem presta concurso públicos.


Vários são os erros a que estão sujeitos os candidatos que prestam concursos públicos. Esquecer-se de ler o edital, de levar documentos exigidos na hora da prova ou até deixar para estudar na véspera são pecados mais comuns do que se imagina.
Pensando nisso, o Sul Concursos trouxe entrevistas feitas com dirigentes e professores de cursinhos preparatórios e reuniu dez dicas para ajudar os profissionais que estão na luta por um lugar no setor público. Veja abaixo:
1) Escolher concurso pelo salário e pelo número de vagas.
O primeiro erro é escolher o concurso pelo volume de vagas disponíveis e pela remuneração, não pelo perfil do cargo oferecido. Não é incomum, nesses casos, que os recém-contratados descubram que a nova profissão não tem nada a ver com eles ou com a área que querem trabalhar. Muitos bancários concursados para a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil, por exemplo, descobrem tarde demais que odeiam trabalhar em banco. Por isso, o conselho é escolher a carreira pela afinidade, para não ficar desmotivado e desistir do serviço no meio do caminho.
2) Não ler o edital.
Esse é um dos erros mais comuns, na opinião de Wilson Granjeiro, diretor do Gran Cursos. O edital é a regra do jogo no caso de concursos públicos, é onde estão registradas todas as informações essenciais para ser aprovado. Os livros que vão ser cobrados, a matéria obrigatória na prova, as datas de divulgação dos resultados, que documentos levar, tudo isso está no edital. Vale a pena fazer uma leitura atenta, guardar uma cópia na bolsa para ler no momento em que estiver de bobeira e até imprimir e colar na parede do quarto.
3) Ignorar qual é a empresa organizadora do concurso.
Saber qual é a empresa ou fundação que vai organizar a prova é importante para conhecer o estilo das questões cobradas - a Cesgranrio, por exemplo, é uma das que fazem os exames mais simples, na opinião de professores de cursinho. As questões cobradas são diferentes da Vunesp, da Fundação Carlos Chagas, do Cespe, da Funrio, da Cetro, da FGV e da Esaf - todas organizadoras de concursos públicos.
A Esaf, por exemplo, é uma das organizadoras com provas mais difíceis do país. A Vunesp costuma ter exames mais padronizados, além de ser também responsável por vários vestibulares. Saber qual é a organizadora também ajuda a conhecer a banca que irá corrigir o processo seletivo. Algumas são mais tolerantes com os candidatos a chutar as respostas nas questões e outras não, por exemplo.
4) Priorizar o estudo das matérias mais fáceis para o candidato.
Você gosta de português e literatura, por isso se foca em estudar essa área. Todo o resto - matemática, lógica, atualidades - fica em segundo plano. Essa é a fórmula para ir mal no concurso público, na opinião de quem dá aula para as provas. Professor da Central de Concursos, que prepara os profissionais para os exames, Vivaldo Pereira ressalta que as disciplinas básicas nunca devem ser esquecidas. São elas: matemática, português, atualidades e informática.
Abrir mão de uma das disciplinas porque ela é "chata de estudar" não deve ser uma opção para os candidatos, na opinião de Wilson Granjeiro. Todas as matérias são importantes, e zerar uma delas - ou seja, errar todas as questões - muitas vezes significa eliminação do processo seletivo.
5) Escolher um concurso de nível médio porque é mais fácil.
Mais uma armadilha comum, na qual muita gente cai. Em geral, concursos com vagas para nível médio de escolaridade (equivalente ao antigo colegial) são mais fáceis do que os de nível universitário. Apesar disso, o número de candidatos é bem maior, o que faz a concorrência e a dificuldade do exame crescerem. Trata-se de um erro "clássico", na opinião de Granjeiro.
- Vários concorrentes também terão nível universitário, não é uma ideia exclusiva de um ou outro candidato. Outro problema é que o concurso de ensino médio oferece salários menores e carreiras em geral pouco interessantes para quem se formou em universidade. Mais uma vez se cai na armadilha do concurso para um perfil que não é o do candidato.
6) Não fazer planejamento de estudos.
Quem for prestar um concurso público tem que estar preparado. As provas são difíceis, principalmente quando o número de vagas é baixo e o cargo oferece boa chance de crescimento e de salário. Um candidato a cargos na Justiça, por exemplo, em geral precisa ter - além do diploma em direito - experiência de até três anos em advocacia. Pensando nisso tudo, se inscrever num processo seletivo e não se planejar para estudar significa não levar a sério a prova, na opinião dos diretores de cursinho entrevistados.
O ideal é separar no mínimo três horas por dia, seis dias por semana, para estudar. O candidato deve fazer resumos das disciplinas cobradas e responder questões de provas anteriores como treino - escrever ajuda a fixar o conteúdo cobrado, mais do que apenas ler, afirma Ângela Nunes, professora do cursinho Atitude, com sede na Bahia.
7) Não simular as condições do concurso.
Tem muito a ver com a dica anterior. O professor Wilson Granjeiro, do Gran Cursos, afirma que o concorrente precisa estar com o corpo e o cérebro acostumados à pressão e a situações que vai passar na prova do concurso. Deixar de estar preparado fisicamente pode significar dormir demais e chegar atrasado na hora da avaliação. Ou ficar com sono e desconcentrado quando for responder às questões. O ideal, diz Granjeiro, é fazer uma simulação da prova.
- Em um cursinho pré-vestibular, o estudante não faz simulados? A ideia é a mesma, simular a situação da prova do concurso. Se a prova tem quatro horas, o candidato deve passar quatro horas respondendo o mesmo número de questões, sob condições similares ao processo seletivo. É importante saber qual a hora em que dá mais cansaço, em quanto tempo dá para fazer o exame etc.
8) Esquecer documentos e itens obrigatórios na hora da prova.
Tem gente que perde a chance da vida de obter um trabalho por não levar o documento de identidade na hora da prova para o concurso. Esse tipo de coisa é um erro clássico, mas fácil de evitar, dizem os professores de cursinho. Uma saída é fazer uma lista do que levar no dia da prova e checá-la tanto na véspera quanto antes de sair de casa rumo ao local do exame.
9) Deixar o estresse tomar conta.
Prestar um concurso público, assim como um vestibular, é estressante. O candidato tem que saber a hora de se desligar dos estudos e viver - encontrar a família, a namorada e os amigos. Um dos efeitos da pressão é o desânimo, segundo o professor Flávio Martins, dirigente da rede de cursinhos LFG. Quem se estressa desanima, e quem desanima desiste de estudar no meio do caminho.
- É essencial que o estudante faça intervalos durante os estudos, para descansar a mente e os olhos. Em média, a cada hora de leitura, o candidato deve parar por dez minutos.
10) Achar que apenas o cursinho preparatório resolve.
É comum que candidatos se matriculem no cursinho e achem que isso basta. Todos os professores foram unânimes em dizer que o aluno precisa estudar em casa e se preparar fora da sala de aula, seja sozinho ou em um grupo de estudos. Muitas vezes é esta preparação que faz a diferença: muita gente frequenta cursinhos, "mas poucos se dedicam de fato, seja dentro ou fora dos cursos", afirma Granjeiro.
- Só com método, com foco, com disciplina é que hoje se passa na prova do concurso público. Não basta chegar e sentar para fazer o exame. É preciso ter calma, estudar por um bom tempo antes da prova, ter predisposição para refletir sobre as questões. Trabalhar para o governo oferece muitas vantagens, mas os concursos públicos estão cada vez mais difíceis.
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