Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (Correios) entraram em greve recentemente cobrando
diversos direitos da estatal. Entre as principais reivindicações
dos trabalhadores estavam a contratação de novos funcionários via
concurso público, a segurança nos Correios e o fim dos planos de
demissão voluntária.
“Não há nenhum impedimento para a realização de um novo
concurso, provocando a queda na qualidade dos serviços da estatal”,
disse a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT). Na ocasião, a empresa
não havia se pronunciado sobre a realização de um novo concurso,
apenas falou sobre o anúncio da greve. “A empresa entende que é
um direito do trabalhador. No entanto, um movimento dessa natureza,
neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação
delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa,
mas também os próprios empregados”, afirmou.
Concurso dos Correios – Carteiro e Operador
No mês de julho do ano passado, o presidente dos Correios,
Guilherme Campos, informou que a realização era praticamente
impossível. A entrevista foi concedida à Rádio CBN. O presidente
ainda frisou que a estatal conta com nada menos que 14.000
funcionários aposentados na ativa, sendo de interesse dos Correios,
cortar parte desses trabalhadores. “Hoje, um dos maiores
índices de problemas da empresa está nos índices de absenteísmo…
os números vão de 10 a 20% e, algumas localidades, 25% de falta”,
finalizou.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
dos Correios e Similares, Fentect, chegou a contestar a declaração
de Guilherme Campos. Ele argumentou que, no ano passado, os Correios
tinham dito que havia uma necessidade de contratar 20.000 novos
funcionários. Além disso, José Rivaldo disse que o presidente quer
tentar colocar a culpa nos trabalhadores.
Empresa já respondeu sobre realização de concurso no
ano passado
A assessoria de imprensa da estatal declarou que “com relação
ao concurso público, o dimensionamento da força de trabalho não
foi concluído e somente após a conclusão desses estudos será
possível identificar a real necessidade de efetivo para realização
de um novo certame”. Se divulgado, o concurso contará com vagas
para nível médio em todos os estados.
A empresa tem a intenção em solicitar a realização do concurso
dos Correios devido à grande defasagem de pessoal, que tem afetado a
prestação de serviços da instituição. Desde 2011 sem concurso, a
ECT precisa urgentemente de um novo concurso, já que, segundo
números da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a defasagem é de cerca
de 20 mil trabalhadores.
A alta defasagem de servidores já foi tema por diversas vezes
entre os sindicatos da categoria e o órgão. O motivo é que a falta
de profissionais tem afetado os serviços à população, como a
entrega de cartas.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Campinas
e Região (Sintect/Cas), Mauro Aparecido Ramos, frisou que a abertura
de um novo concurso público deve ser feita no mais breve possível.
“Entre 2013 e 2014, por meio do processo de demissão voluntária,
a ECT demitiu cerca de 7.000 funcionários em todo o
país, sendo aproximadamente 400 na região de Campinas/SP”,
explicou. Os postos vagos ainda não foram preenchidos, já que o
último concurso foi realizado em 2011.
Debate na Câmara dos Deputados
As comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público
e de Legislação Participativa da Câmara promoveram na última
terça-feira, 26 de junho, uma audiência pública conjunta para
discutir a demissão de funcionários e o fechamento de agências da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Os pedidos para o debate são dos deputados Leonardo Monteiro
(PT-MG) e Glauber Braga (Psol-RJ). Coordenador da Frente Parlamentar
em Defesa dos Correios, Leonardo Monteiro cita notícia publicada
pela imprensa sobre a existência de relatório da empresa prevendo o
fechamento de 513 agências e a demissão de mais de 5 mil
servidores. Ele quer explicações sobre a veracidade da notícia e
do referido relatório.
“Sabe-se que os Correios são o serviço público federal mais
próximo dos cidadãos, podendo exercer relevante influência no
crescimento e desenvolvimento do País, ao tempo em que proporciona à
população brasileira acesso a serviços postais e financeiros. O
fechamento e, por consequência o enxugamento da empresa,
demonstraria um grande equívoco na gerência das empresas públicas
por parte do governo”, ressaltou.
O vice-presidente dos Correios, Cristiano Barata, disse, ainda na
terça-feira (26) que não haverá demissão de funcionários da
empresa neste ano. Segundo ele, a ideia é apenas abrir um novo Plano
de Demissão Incentivada.
Edilson Nery, da Associação Nacional das Empresas de Comunicação
Segmentada, acusou a direção dos Correios de estar sucateando a
empresa, sem realizar concursos há sete anos, para
poder privatizar o serviço. “Os carteiros estão fazendo dobra. As
entregas acontecem de forma alternada, e os clientes estão indo
embora porque não tem qualidade na entrega. Hoje a empresa está à
mercê da vice-presidência financeira. É o financeiro que diz o que
tem de ser feito”, declarou.
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, participou nesta
quinta-feira, 24 de janeiro, das comemorações dos 356 anos da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e do Dia do
Carteiro. Na ocasião, Mourão disse que “por enquanto” não há
planos de privatizar a Empresa.
“Por enquanto, não”, respondeu Mourão ao ser questionado
sobre a possibilidade de privatização dos Correios.
Em outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral, Jair
Bolsonaro sinalizou que a empresa poderia ser privatizada devido aos
prejuízos. “Seu fundo de pensão foi implodido pela administração
petista, diferentemente do passado. Então, os Correios, tendo em
vista não fazer um trabalho daquele que nós poderíamos estar
recebendo, pode entrar nesse radar da privatização”, declarou na
época.
Em dezembro de 2018, o tenente-coronel da reserva e astronauta
Marcos Pontes, atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e
Comunicações, disse que a privatização dos Correios não estava
na pauta de discussão.
Defasagem dos Correios
O concurso dos Correios estava pronto para ser
anunciado, mas o Departamento de Coordenação e Governança das
Empresas Estatais (DEST) determinou que a empresa não ampliasse o
seu quadro de pessoal, que deve ter no máximo 118.624 profissionais.
No entanto, de acordo com a assessoria de imprensa dos Correios,
atualmente a instituição conta com 118.220 empregados em seu quadro
funcional. Ou seja, hoje a estatal pode contratar 404 funcionários –
e este número pode aumentar, já que há servidores em processo de
aposentadoria.
Uma das alternativas analisada pela empresa é a abertura do
concurso para cadastro reserva. Dessa forma, assim que as vagas
fossem surgindo, a estatal já poderia repor com os candidatos
aprovados no certame.
Concursos dos Correios: como fica?
Os Correios realizam o fechamento de agências desde outubro de
2018. A empresa tem objetivo de gerar 3 mil pontos de atendimento até
2021. Atualmente, o sindicato aponta um déficit
de 20 mil funcionários.
Na ocasião, o setor de comunicação dos Correios
informou ao Jornal Folha Dirigida sobre a previsão de um novo
concurso público. “A companhia está reavaliando o
dimensionamento da força de trabalho e equalizando as unidades, com
efetivo deficitário e superavitário. Portanto, no momento não há
previsão de abertura de concurso
público para quaisquer dos cargos vigentes na empresa”,
afirmou.
As comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público
e de Legislação Participativa da Câmara promoveram em junho do ano
passado, uma audiência pública conjunta para discutir a demissão
de funcionários e o fechamento de agências da Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (ECT).
O vice-presidente dos Correios, Cristiano Barata, afirmou que não
haveria demissão de funcionários da empresa. Na ocasião, Cristiano
afirmou que os funcionários não seriam demitidos, mas receberiam
uma proposta por meio de um Plano de Demissão Incentivada.
Edilson Nery, da Associação Nacional das Empresas de Comunicação
Segmentada, acusou a direção dos Correios de estar sucateando a
empresa, sem realizar concursos há sete anos, para
poder privatizar o serviço. “Os carteiros estão fazendo dobra. As
entregas acontecem de forma alternada, e os clientes estão indo
embora porque não tem qualidade na entrega. Hoje a empresa está à
mercê da vice-presidência financeira. É o financeiro que diz o que
tem de ser feito”, declarou.
Antes da suspensão do Concurso Correios – Carteiro e Operador
Quando foi anunciado o concurso dos Correios, em
2016, as vagas seriam destinadas ao Rio de Janeiro, São Paulo, Minas
Gerais, Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco,
Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal. Os
salários iniciais oferecidos pelos Correios
eram de R$ 1.284 para OTT, já incluindo a gratificação. No caso do
carteiro, os vencimentos correspondem a R$ 1.620,50, se acrescentado
o adicional de distribuição. Fora as remunerações, os admitidos
recebem vale-alimentação/refeição na quantia de R$ 971,96 a R$
1.092,48. Acrescentando o valor máximo do benefício, o rendimento
das carreiras chega a R$ 2.376,48, para operador, e a R$ 2.712,98
para carteiro.
Além dos salários, os aprovados no Concurso Correios
contam com Plano de saúde: mais de 60 ambulatórios próprios para
atendimento médico, odontológico e de enfermagem, gratuito;
Reembolso-creche/Reembolso-babá (R$ 360,20/mês): destinado às mães
com filhos de até 7 anos; Auxílio especial (R$ 571,74/mês):
Destinado aos empregados com filhos portadores de necessidades
especiais devidamente comprovadas e avaliados pelo serviço médico
dos Correios; Vale-transporte: conforme legislação, o primeiro
fornecimento será feito mediante reembolso na folha de pagamento e,
após isso, o benefício será concedido em cartão eletrônico, vale
em papel ou outro meio utilizado pelo fornecedor. Compartilhamento é
de 6% do salário-base proporcional aos dias úteis do mês;
Previdência – POSTALIS: É o instituto de previdência dos
empregados dos Correios que visa complementar os benefícios
assegurados pela previdência oficial; Adicional noturno: empregados
com jornada normal noturna, mista ou extraordinária recebem
adicional noturno de 60% sobre o valor da hora diurna e em relação
ao salário-base (a lei prevê até 20%); Horas-extras: os Correios
pagam 70% sobre o valor da hora normal, 20% a mais do que o exigido
pela CLT; vale-transporte, auxílio-creche ou auxílio babá, além
de adicionais (de acordo com o Plano de Cargos, Carreiras e Salários)
e a possibilidade de adesão ao Plano de Previdência Complementar; e
entre outros.
Os interessados em participar da seleção devem antecipar os
estudos, conforme recomenda os especialistas. O novo edital
exigirá dos candidatos, conhecimentos de Língua Portuguesa,
Matemática e Conhecimentos Gerais. Além das provas, os inscritos
serão avaliados por teste de esforço físico e exame médico
admissional, para os aptos na prova objetiva.
Último concurso dos Correios
O último edital de concurso dos Correios
foi divulgado em 2011. Na ocasião, foi divulgado um edital com 9.190
vagas distribuídas entre as carreiras de carteiro, atendente,
operador de triagem e transbordo, analista de correios, médico do
trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho, técnico em segurança
do trabalho, analista de saúde, engenheiro de segurança do trabalho
e enfermeiro do trabalho.
As vagas do Concurso dos Correios
foram para todos os Estados brasileiros. Os salários oscilaram entre
R$ 1.003,57 e R$ 3.211,58, sem incluir os benefícios oferecidos pela
instituição.
O certame foi organizado pelo Cespe/UnB, que
organizou provas objetivas compostas de 120 questões, sendo 50 de
conhecimentos básicos – divididas nos temas de língua portuguesa,
inglês (para alguns cargos), informática e administração pública
– e 70 de conhecimentos específicos.
Provas do último concurso
As provas do concurso dos Correios
exige dos candidatos conhecimentos de:
LÍNGUA PORTUGUESA: 1 Compreensão e interpretação de textos. 2
Ortografia oficial. 3 Acentuação gráfica. 4 Emprego das classes de
palavras: nome pronome, verbo, preposições e conjunções. 5
Emprego do sinal indicativo de crase. 6 Sintaxe da oração e do
período. 7 Pontuação. 8 Concordância nominal e verbal. 9 Regência
nominal e verbal. 10 Significação das palavras. 11 Formação de
palavras.
MATEMÁTICA: 1 Números relativos inteiros e fracionários,
operações e propriedades. 2 Múltiplos e divisores, máximo divisor
comum e mínimo múltiplo comum. 3 Números reais. 4 Expressões
numéricas. 5 Equações e sistemas de equações de 1o grau. 6
Sistemas de medida de tempo. 7 Sistema métrico decimal. 8 Números e
grandezas diretamente e inversamente proporcionais. 9 Regra de três
simples. 10 Porcentagem. 11 Taxas de juros simples e compostas,
capital, montante e desconto. 12 Princípios de geometria: perímetro,
área e volume.
CONHECIMENTOS GERAIS: 1.Organização das administração pública
no Brasil a partir da Constituição Federal de 1988. 2.Conceitos
relativos às administrações direta e indireta. 3.Diferenças entre
autarquias, fundações e empresas públicas. 4.Agentes públicos.
5.Estatuto da ECT.
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