Pergunta muito frequente é sobre como conciliar trabalho e estudo para
concurso, além de, em muitos casos, os estudos acadêmicos. Em síntese,
atividades que podem ocupar a maior parte do dia. Muita gente tem
dificuldade para dividir o tempo e dar conta dessa empreitada, e sempre
há quem desista no meio do caminho.
É uma pena, pois não existe segredo para conseguir levá-la adiante
com êxito. Também não há uma fórmula única que possa ser receitada para
todo mundo. Cada caso é um caso. Todavia, algumas regras servem para
todos e podem ajudar a superar as dificuldades quando se decide que é
chegado o momento de encarar o desafio.
Extraio bons exemplos de
meu dia a dia , onde convivo com milhares de homens e mulheres, alguns
muito jovens ainda e outros já bem maduros. Em comum, todos conseguem
enfrentar o desafio com sucesso, isto é, acabam alcançando a tão sonhada
aprovação para um cargo público, sem deixar de trabalhar ou de fazer
sua faculdade ao mesmo tempo em que dedicam algumas horas à preparação
para as provas do certame escolhido.
Para
falar a verdade, essa é a situação da maioria dos nossos alunos,
conforme atesta pesquisa que fizemos há algum tempo e nos revelou serem
eles 65% dos que se matriculam nos nossos cursos. Mesmo que não
dispuséssemos da pesquisa, bastaria olhar à nossa volta, nas salas de
aula ou em qualquer um dos nossos espaços de convivência, para verificar
que essa é, de fato, a nossa realidade.
Pouquíssimos são
aqueles que não têm outra preocupação senão a de estudar para concurso
público. Diria mesmo que eles são exceção, seja por terem condições de
se manter durante algum tempo com algum tipo de renda que não dependa de
um emprego formal, seja por conseguirem economizar o suficiente para se
sustentar durante certo período sem trabalhar, seja por contarem com
renda proveniente de algum patrimônio já existente, seja, ainda, como é
muito comum para os mais jovens, graças ao suporte financeiro da
família. O mais comum, contudo, é mesmo o que revelou a nossa pesquisa:
conciliar estudos, em nossos cursos ou em casa, e trabalho, fundamental
para poder manter a proposta de busca por um futuro melhor.
Como
eu disse, não há uma regra única para todos. Cada um tem de encontrar a
própria fórmula de sucesso. Falo por experiência própria, pois, como já
contei em muitos de meus artigos, fui um estudante pobre, filho de
imigrantes nordestinos, membro de uma família de muitos irmãos, que
precisavam sobreviver na Brasília dos primeiros anos da cidade. Vivi uma
época muito mais difícil do que a de hoje, quando não se dispunha dos
meios e dos recursos tecnológicos de hoje, como celular e internet.
Nesse ambiente, ainda antes da adolescência, enfrentei o trabalho duro
de ajudante de pedreiro de meu pai, ao mesmo tempo em que estudava em
escola pública. Depois, já rapaz, segui trabalhando em escritório e
estudando por conta própria, em casa e em bibliotecas. Já existiam
alguns poucos cursinhos, porém eu não reunia condições financeiras para
pagar por eles.
Foi assim – e, naturalmente, levou alguns anos
de muito esforço e sacrifício – que consegui a aprovação nos primeiros
concursos e me tornei servidor público de carreira, em cargos que exerci
por dezessete anos, antes de me tornar um empreendedor. Quando falo de
sacrifício, não estou usando uma figura de retórica. Também já contei em
outros artigos que uma das técnicas que eu usava para estudar de
madrugada era manter os pés numa bacia de água fria, afinal ninguém
consegue dormir sem os pés estarem aquecidos.
É claro que não
acho que esse seja um método indicado para todos. Mas, no meu caso,
posso garantir que deu certo. O fato é que, para conseguir levar adiante
estudos, trabalho e preparação para concursos, é preciso desenvolver
algum tipo de esquema que permita uma boa divisão das horas que serão
dedicadas a cada uma dessas atividades. Isso é realmente fundamental.
Para
começar, é preciso saber escolher o concurso que melhor se encaixa nos
planos para o futuro e decidir a preparação mais indicada para o caso.
Feito isso, é necessário planejar a divisão do tempo racionalmente.
Então, tudo transcorrerá mais fácil e naturalmente, transformando o que
parecia impraticável em mera rotina de vida durante não mais do que
alguns meses, até a aprovação.
Não recomendo a estratégia de
estudar diariamente o absurdo de dez a doze horas seguidas, pois o
efeito será certamente contrário ao desejado. Não duvide: práticas como
essa acabam em estresse e fracasso. O correto é reservar para as aulas
no curso escolhido aquele tempinho que todos sempre temos disponível.
Alunos não ficam mais do que quatro horas em sala de aula, pela manhã,
de tarde ou de noite. Para completar a preparação, basta destinar mais
algumas horas de estudo em casa, em qualquer tempo que sobre, para fixar
as lições e fazer exercícios das matérias vistas em sala de aula.
De
qualquer forma, independentemente da estratégia adotada, o que mais
importa é que se tenha o concurso público realmente como um objetivo de
vida. É preciso que a pessoa queira, de fato, passar e faça disso o seu
principal objetivo. É necessário manter o foco, seguir em direção ao
alvo como uma flecha, sem se deixar desviar do rumo traçado. Em outras
palavras, é preciso estar determinado a alcançar a meta da aprovação e
disposto a encarar e vencer qualquer dificuldade que surgir pelo
caminho. Quem assumir essa postura terá sucesso, mas só poderá relaxar
depois que o grande momento acontecer: a aprovação.
É claro que
vale a pena. Que o digam nossos alunos que acabam de passar em um dos
concursos mais concorridos dos últimos tempos, o do Senado Federal, que
teve mais de 150 mil candidatos em todo o Brasil. Imagine o que sentem
eles agora, de posse do resultado, vendo seus nomes na lista de
aprovados! Agora é só esperar a nomeação e tomar posse, para desfrutar
dos benefícios de um belo salário, da estabilidade no emprego, de um
confortável e moderno ambiente de trabalho, das vantagens que o cargo
público oferece, entre elas um novo status. É um prazer inenarrável, e
posso falar de cadeira, pois vivenciei esse sentimento oito vezes em
minha mocidade, depois de passar em oito concursos diferentes. “Sim,
valeu a pena o sacrifício – se é que foi sacrifício –, e certamente
faria tudo de novo se fosse preciso”, dirão esses futuros servidores.
Para
quem não está nessa lista feliz, bola pra frente. Vêm aí alguns
excelentes concursos, ainda este ano. Já estamos em fase final de
preparação para as provas do Superior Tribunal de Justiça e da Polícia
Federal. Depois, a bola da vez serão os tribunais, como Tribunal
Superior do Trabalho e Tribunal Regional do Trabalho, além da
Advocacia-Geral da União, cujo edital foi publicado nesta sexta-feira
(27). É hora de aproveitar essas oportunidades. Deixo aqui o meu convite
para todos que pensam nisso, mas ainda acham que não vão dar conta do
recado. Venham conosco, porque as portas só se abrem para quem ao menos
caminha em direção a elas.
Como demonstrei antes, o que seria,
aparentemente, um sacrifício, pode acabar se tornando extremamente
prazeroso e gratificante. O tempo vai correr a seu favor. Até mesmo as
manhãs e tardes de sábado e domingo em sala de aula, em vez de no clube
ou no barzinho, e menos tempo com a família serão plenamente compensados
e recompensados, quando, finalmente, você, querido leitor que seguir o
meu conselho, se tornar detentor de um FELIZ CARGO NOVO!
J.W. GRANJEIRO
Folha Dirigida
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