Muita
gente começa a se interessar pelos concursos públicos, mas não tem
a menor ideia de como começar. Para quem pretende iniciar um projeto
consistente e organizado, o melhor é escolher uma área de concursos
para iniciar uma preparação com antecedência, sem estar vinculada
à expectativa do edital de um determinado concurso.
O
estudo deve começar pelas disciplinas básicas - aquelas matérias
que caem em todos os concursos da área. Assim, o candidato estará
se preparando para diversos concursos ao mesmo tempo. Além disso, o
conhecimento relacionado às disciplinas básicas muitas vezes é
importante para a compreensão de outras disciplinas.
Mas,
como quando a gente começa não sabe bem como as coisas funcionam, a
maioria dos candidatos entra nesse processo já focado num concurso
específico que esteja para sair ou até com edital publicado. É
mais fácil perseguir um objetivo mais concreto e imediato. Isso não
deixa de ser válido, desde que sejam adotados alguns cuidados.
Apoio
na preparação
Sempre
que possível, é interessante utilizar a ajuda de um curso
preparatório. Isso porque muitas vezes (quase sempre) o candidato
precisará estudar disciplinas que nunca viu antes e a orientação
do professor facilita a compreensão daqueles conteúdos. Outro
aspecto é que os conteúdos são muito extensos e é importante
saber quais pontos costumam ser mais cobrados nas provas. O que se
observa é que o investimento no curso normalmente acelera o processo
e permite que a aprovação seja conquistada em menos tempo.
Há
opções de cursos presenciais - no formato tradicional, com sala de
aula, professor e aluno – e há também os cursos online, via
internet, em que as aulas podem ser assistidas em qualquer horário e
durante determinado período de tempo, podendo ser assistidas mais de
uma vez.
Para
escolher os melhores cursos, o ideal é visitar cada um - no caso dos
presenciais – e ver com qual o candidato mais se identifica.
Conversar com quem já está estudando há algum tempo também pode
ajudar. Os fóruns de discussão sobre concursos na internet são
outro recurso útil na tomada de decisão.
Organizar
a rotina
Seja
a preparação para um concurso que “está na rua” ou uma
preparação antecipada, o estudo será mais produtivo se o candidato
assumir o controle da sua vida e do seu tempo. Estudar “no tempo
que sobra” é pouco eficiente, além de causar bastante angústia,
porque a sensação de culpa é permanente: quando se está fazendo
outra coisa que não estudar, mesmo que seja algo necessário, e
quando se está estudando e há outras tarefas pendentes. O
planejamento elimina esse problema.
Propomos,
então, que o candidato pegue uma folha de papel (ou faça isso no
computador) e ali prepare um calendário do mês que está começando.
Vamos fazer o de março/2013.
Veja
a tabela a seguir:
Em
seguida, anote ali os compromissos fixos já existentes: trabalho,
aulas, consultas médicas, etc. Inclua também as tarefas de rotina,
como compras de mercado e outras.
O
próximo passo é assinalar o tempo que restou, e que será destinado
ao estudo.
Agora
é possível verificar o tempo realmente disponível para o estudo,
marcado no sinal (DISPONÍVEL). Cabe ainda algum ajuste: se tiver
sobrado pouco tempo, será que algumas tarefas podem ser
reorganizadas? Por exemplo, o mercado pode ser feito em outro horário
ou, até, por outra pessoa?
Por
outro lado, mesmo que todo o dia esteja disponível para estudo, é
preciso começar com pouco tempo e aumentar gradativamente, conforme
o candidato sentir que tem condições.
Feito
isso, podemos distribuir as disciplinas que serão estudadas. Vale
lembrar que é importante reservar intervalos – 15 minutos - a cada
hora e meia a duas de estudo e entre os turnos do dia – 1 hora,
pelo menos, entre manhã/tarde e tarde/noite. Deixar um dia livre na
semana (ou, ao menos, um turno livre) também é essencial para que o
candidato possa recarregar as baterias para a semana seguinte.
Outro
cuidado que se deve tomar, sempre que possível, é alternar matérias
de exatas, como matemática e afins, com matérias de linguística,
como português e direitos. Isso permite que uma área do cérebro
descanse enquanto se estuda o outro tipo de disciplina. É
interessante também colocar as matérias com as quais se tem menos
afinidade nos melhores horários de estudo, deixando os piores
horários para as disciplinas mais agradáveis.
Exemplos
Veja
a seguir dois exemplos de distribuição de matérias: para concurso
de nível médio, cargos administrativos (preparação com
antecedência) e a outra com a distribuição para o concurso dos
Correios, também de nível médio, que deve sair a qualquer momento.
Em ambos os casos, consideramos a situação de quem está sem
trabalhar, totalmente dedicado à preparação, e de quem está
trabalhando e tem somente a noite para estudar.
Optamos
por incluir pelo menos três períodos de atividade física em todas
as programações. Não faltam pesquisas mostrando os benefícios da
atividade física regular (uma caminhada que seja) para o bom
funcionamento do cérebro e para o equilíbrio emocional - condições
essenciais para a produtividade do estudo.
Faça
os ajustes necessários à sua realidade e perceba a diferença no
rendimento quando se sabe quais são os horários de estudo e o que
será estudado a cada dia. Em meio à distribuição das disciplinas
básicas para concursos de nível médio administrativo (português,
direito constitucional, direito administrativo, informática e
matemática/raciocínio lógico) é preciso reservar um tempo para
praticar atividades físicas e deixar o domingo livre para
descanso.
Agora
veja abaixo um exemplo de plano de estudos para o concurso dos
Correios, de nível médio (para os cargos de carteiro e operador de
triagem e transbordo haverá teste físico e a preparação também
deve ser iniciada antes do edital).
Para
evitar frustrações, o candidato deve estar ciente de que a
aprovação pode levar alguns meses ou até alguns anos, dependendo
do tipo e complexidade do concurso. Reprovações também podem
acontecer, mas são apenas etapas do processo e indicam que há
aspectos a melhorar, seja no conhecimento da teoria, na estratégia
de prova ou no equilíbrio emocional. Fazem parte da trajetória até
a aprovação.
Fonte: G1 - Coluna Lia Salgado.
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