Como se não bastasse o extenso programa a ser estudado, os inscritos no concurso para técnico e analista do INSS
terão que enfrentar ainda um outro desafio, que costuma tirar o sono de
boa parte dos concurseiros: responder ao modelo específico de provas do
Cespe/UnB, organizador da seleção, no qual cada questão é composta por
cinco itens, devendo o candidato julgar cada um deles como Certo ou
Errado. Detalhe: no caso de julgamento equivocado, o ponto referente ao
‘erro’ torna-se negativo, descontando da totalização da avaliação a
pontuação referente a um ‘acerto’.
Por isso, durante muitos anos, a
maioria dos professores aconselha seus alunos a não chutarem nas provas
do Cespe/UnB, de modo a não correrem o risco de serem penalizados, tendo
diminuída sua nota final. Contudo, há especialistas que defendem
justamente o contrário. Para isso, eles encontram respaldo na
Matemática. Veja a opinião de dois professores em contato com a FOLHA
DIRIGIDA:
“Aconselho o aluno a marcar todas as
questões. Antigamente, não pensava assim. Hoje sou servidor, mas
enquanto candidato deixava alguns itens em branco nas provas do
Cespe/UnB. Mas, conversando com professores de Estatística, eles me
convenceram de que, na maioria das vezes, arriscar neste esquema em que
uma resposta errada anula uma certa pode ser um bom negócio. Nesse caso,
em um chute às cegas, você tem 50% de chances de acertar e, é claro,
outros 50% de errar. Assim, podemos concluir que a probabilidade de você
conseguir reverter seu chute em ponto positivo é bem maior do que
arriscar num modelo de prova
tradicional, que apresenta cinco opções de respostas, pedindo para
marcar a única correta. Nesta estrutura, de só uma correta em cinco
alternativas, suas chances de acertar caem para 20%, com 80% de
probabilidade de erro”, explica Rodrigo Lélis, professor de Direito
Previdenciário.
Igor Daltro, que leciona Direito
Administrativo e Regime Jurídico Único em diversas turmas preparatórias
para o certame, defende a mesma tese, mas faz uma ressalva. “Acho que,
quase sempre, e para quase todos os perfis de candidatos, vale a pena
arriscar no julgamento dos itens apresentados. Destaco aqui apenas uma
exceção. Acho que, para os concorrentes mais fortes, preparados, e que
percebam na hora que se saíram muito bem na prova, não cabe adotar essa
estratégia. Pense comigo: se você tem convicção de que acertou, por
exemplo, mais de 80% dos julgamentos, por qual razão deve se arriscar a
chutar, ainda que a possibilidade de se dar bem seja de 50%? Se está tão
convicto de seu bom desempenho, com base em seu mérito, seus estudos e
conhecimento, não precisa se arriscar num jogo de azar ou sorte, e
correr o desnecessário risco de ter sua nota final diminuída por conta
de um chute mal dado”, pondera.
As provas objetivas serão
aplicadas em 15 de maio de 2016, turno da manhã para cargos de nível
superior, e turno da tarde para candidatos de nível médio. Ambas as
avaliações terão duração de 03 horas e 30 minutos.
As dicas são da Folha Dirigida.
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