Neste artigo, vamos desmitificar
inverdades acerca de concursos públicos que habitualmente escutamos
de amigos, conhecidos e familiares.
Nosso objetivo é esclarecer, de forma transparente e honesta,
esses mitos que podem levá-lo à desistência ou à reprovação do
certame.
Quem trabalha não consegue passar em concursos.
Não é verdade. Em pesquisa que aplicamos, chegamos à conclusão
de que essa é a realidade de 65% dos nossos alunos, pois eles
trabalham, estudam e ainda se dedicam aos concursos. No caso das
mulheres, elas ainda se dedicam a cuidar da forma, da aparência e da
família. São pouquíssimas as pessoas que não têm outra
preocupação senão a de estudar para concurso público.
Quem não tem recursos financeiros não passa em concursos.
Mito. Há vários relatos de pessoas, inclusive próximas, que
estudaram com material emprestado, não pagaram por preparatórios,
ou pagaram cursos por matéria. Ou seja, são pessoas que investiram
poucos recursos financeiros, mas que estudaram dobrado em condições
adversas, passando em grandes concursos. Não é o dinheiro que faz a
diferença nessa situação, mas é o foco, a vontade, a necessidade
de melhorar de vida, e, acima de tudo, um bom planejamento de estudo.
Quem tem mais de 50 anos não consegue passar em concurso.
Outro mito. Nos últimos dez anos, constatou-se que 40% dos que
tomaram posse em cargo público tinham mais de 50 anos. São pessoas
que, por certo, pela experiência que levam para a carreira pública,
são potenciais candidatos a cargos de direção, chefia e
assessoramento. A título de informação, em um estudo realizado
pela Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, foi
constatado que 40% dos empossados contavam com menos de 30 anos.
Há pessoas que passam em concursos sem estudar nada.
Mentira. Ouvimos com frequência estes tipos de comentário: “meu
amigo disse que passou em um concurso público sem estudar, não leu
o edital, não sabia qual era a banca do certame, não olhou nenhuma
linha da apostila que comprou.” Atualmente, não se consegue passar
nos concursos apenas chutando, estudando pouco ou nada. O que pode
ocorrer é que os pontos estudados pelo candidato foram os mais
cobrados na prova. Seja por sorte, seja resultado de um plano ousado
e metódico, houve preparação, houve dedicação e houve a sorte de
cair na prova o que o candidato mais se dedicou. Para reflexão, cabe
ressaltar uma famosa frase de Coleman Cox: “eu acredito demais na
sorte. E tenho constado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte
eu tenho.”
O governo vai acabar com os concursos por conta da crise
econômica.
É mito e a história tem demonstrado isso. Crises vêm e vão, e
o governo continua contratando. Pode adiar, atrasar nas autorizações
e nas nomeações, mas nunca deixará de contratar. Sabe por quê?
Porque a população brasileira cresce, e as demandas por serviço
público de qualidade aumentam. Além disso, os servidores se
aposentam, morrem, são demitidos, pedem exoneração ou vacância
para tomar posse em cargo inacumulável, surgindo, consequentemente,
vagas, fora aquelas que são criadas por lei para atender, por
exemplo, o quadro de pessoal de um novo órgão, de uma nova
entidade, de um novo fórum, de uma nova delegacia da Receita Federal
etc. Para manter a ordem social e a saúde financeira do estado, por
exemplo, é necessário contratar novos policiais, auditores fiscais,
analistas tributários, entre outros. Ademais, a CF de 1988 é
extremamente clara: o ingresso em cargo ou emprego público dar-se-á
mediante aprovação prévia em concurso público.
Quem estuda para concursos não deve perder tempo com atividade
física.
Não pode e não deve ser assim. Quem estuda, seja para concurso
público ou para outro tipo de exame, precisa encaixar, no plano de
estudo, um tempo (o ideal é de 30 a 60 minutos) para a prática de
uma atividade física, especialmente aeróbica, como: caminhar,
correr, nadar, andar de bicicleta etc. Já há muitos estudos
consolidados que demonstram que esse tipo de atividade aumenta a
capacidade cognitiva, o humor, a concentração e, consequentemente,
a memorização dos conteúdos.
Para os candidatos que buscam ingressar na área de segurança
pública, a prática de atividades físicas é essencial para a sua
boa forma e aprovação no Teste de Aptidão Física. Não adianta
nada passar na prova objetiva e ser reprovado no TAF. Então, ignore
comentários que indicam que os/as concurseiros/as precisam abrir mão
da atividade física em sua trajetória de estudos.
Quem começa a estudar apenas quando o edital é publicado
passa em concurso, pois não perde tempo estudando o que não vai
cair.
É um erro gravíssimo! É enganar a si mesmo achar que conseguirá
passar em um concurso público com concorrência que pode chegar a
3.000 candidatos disputando uma única vaga estudando apenas entre o
tempo da publicação do edital e o dia das provas. Não conseguirá,
não vencerá o extenso conteúdo do edital, não terá tempo para
revisão, para resolver exercícios, simulados e outras ações
necessárias à aprovação no concurso dos sonhos. É claro que há
exceções, mas são raros os casos. Em média, uma preparação
adequada para um concurso de alto nível pode levar vários anos.
Tudo vai depender da escolha do método de estudo, da afinidade com
as disciplinas a serem estudadas e com a bagagem de conhecimento
trazida dos anos de estudos no ensino médio, na graduação e das
especializações, quando se tem. Agora pense comigo: vale a pena
estudar alguns anos para ter uma remuneração digna o resto da vida?
Acredito fortemente que sim, principalmente se levar em consideração
o tempo que investimos em uma faculdade, sem garantias de que o
diploma trará a remuneração desejada no futuro.
Concurso público é um jogo de cartas marcadas.
É mito. Já ouvi muito essa desculpa de pessoas que não têm a
disciplina para aguentar a exaustiva preparação até a aprovação.
Não se passa em concurso público apenas se inscrevendo, ou porque
tem um sobrenome poderoso e famoso, ou porque possui amigos nos mais
altos escalões dos Três Poderes da República. Claro, há relatos
de fraudes em alguns concursos, mas observamos que os órgãos
competentes estão investigando e punindo os criminosos e que as
bancas se profissionalizam cada vez mais para garantir a segurança
dos certames. Dentro do universo dos concursos, esses relatos são
uma fração mínima do total de seleções realizadas. Passará em
concurso público quem se preparar adequadamente, com os
profissionais certos, com a plataforma ou estrutura adequada, quem
cumprir religiosamente um plano de estudo, fizer sacrifícios, pois
merecerá conquistar uma vaga.
Concurso público é muito concorrido.
Isso é verdade, mas não deve desencorajar a entrada na “fila”
em busca do governo como patrão. A relação candidato X vaga não
pode ser um desestímulo à dedicação e à busca pela sonhada vaga.
Primeiro, você precisa de apenas uma vaga para tomar posse. Segundo,
o universo de reais concorrentes competitivos é sempre bem inferior
ao número divulgado no portal G1. O cálculo da disputa é feito da
seguinte forma: a cada grupo de 100 inscritos, de 25 a 35% é
abstenção (não comparecem no dia D, por n razões), dos que
comparecem, entre 5 e 10%, apenas, são competitivos. Você não pode
se intimidar pelo número de inscritos, mas deve saber que é
necessário dedicação incansável, pois mudar de vida e passar em
um concurso não é fácil.
A máquina pública brasileira está inchada: não há mais
margem para contratações.
Falso. O grande problema do Brasil é o grande número de cargos
comissionados. Esses devem existir para casos excepcionais, a fim de
trazer novos talentos para o quadro público, e não servir como
regra para fortalecer a base política. Quando se olham as vagas
preenchidas por concursados, percebemos que praticamente todas as
principais carreiras típicas de Estado, como Agente de Polícia
Federal, Auditor da Receita Federal, Auditor Fiscal do Trabalho,
entre outros, estão com quadros muito defasados de servidores
públicos, bem inferiores ao que a lei do cargo permite. Com isso,
deixa-se de arrecadar impostos, fiscalizar o contrabando, recuperar
dinheiro do tráfico de drogas e da corrupção. Deixa-se de
arrecadar várias vezes o investimento na remuneração do servidor
por causa da simples falta de mão de obra para executar as rotinas
necessárias. É totalmente ilógico. Proporcionalmente, o número de
servidores públicos no Brasil, um país continental, com 200 milhões
de habitantes, é muito menor do que outros países desenvolvidos,
como Alemanha e França. Em algum momento, os nossos representantes
terão que reconhecer esse simples fato e aumentar as vagas em
concursos e nomeações. Enquanto isso, quem continuar estudando será
beneficiado com sua persistência e ousadia. Siga em frente, pois a
máquina pública continua e continuará sempre contratando.
Lembre-se sempre de que existem apenas dois tipos de concurseiros:
os que passam em concurso e os que desistem deles! Faça parte do
primeiro grupo!
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