Sete em cada dez aprovados em concursos públicos são mulheres.
Não por acaso, elas são maioria nas salas dos cursinhos
preparatórios e têm tudo para, com o tempo, mudar a cara do setor
público, ainda predominantemente masculino.
Nos três poderes, as
mulheres só estão em pé de igualdade no Judiciário Federal: eles
são 35,8 mil e elas, 35,7 mil. A menor representação do sexo
feminino está no Legislativo: os homens são 5,7 mil e as mulheres,
3,2 mil.
Levantamento realizado pelos dois principais cursinhos do Distrito
Federal aponta que as alunas têm idade entre 20 e 40 anos e
ostentam, nos currículos, cursos universitários ou técnicos. Nas
salas de aula, dominam os debates e apresentam maior convicção em
relação ao que querem. A maioria paga os estudos com o próprio
salário. As áreas de preferência delas no serviço público são
tribunais, segurança pública e bancária. Também há interesse
pelos cargos jurídicos (advogados da União e Ministério Público)
e pelos que lidam com questões fiscais (gestores e analistas).
Diante desse desenho nos cursinhos, Aragonê Fernandes, professor
de direito constitucional do IMP Concursos prevê: “É questão de
tempo para que as mulheres dominem o setor público”. Ele chama a
atenção, porém, para o fato de, mesmo ampliando a participação
no quadro de servidores, as mulheres ainda serem minoria nos cargos
de chefia. E não é por falta de competência. Trata-se mais de uma
questão cultural, de uma máquina carregada de valores
ultrapassados. “Esse quadro vai mudar. E rápido”, acredita.
Cobrança
No que depender da estudante
Daniella Caetano, 37 anos, a predominância das mulheres no serviço
público será irreversível. “Se somos maioria da população,
temos que estar mais bem representadas entre os servidores”,
afirma. Ela estuda há três anos para concursos públicos. Seu sonho
é ser policial. “Sei que é uma área tipicamente masculina, mas
tenho convicção de que posso desempenhar todas as funções de
igual para igual. Tenho força e inteligência”,enfatiza.
Daniella ressalta que as desigualdades que se vê no setor público
também são gritantes no setor privado. “Felizmente, entre os
servidores, creio que a discriminação é menor. Por isso, anseio
passar em um concurso”, diz. Mas ela reconhece que outros atributos
a levam a dedicar várias horas do dia aos estudos: a estabilidade no
emprego e os salários maiores que a média de mercado. “São
vantagens que fazem muito a diferença e justificam todo o esforço”,
emenda.
Para Tiago Pugsley, professor de direito penal do IMP Concursos, a
predominância do público feminino nas salas de aulas, na maioria
das vezes, está ligada à família. “Além de buscar a
estabilidade e igualdade de salário, as mulheres enxergam, no setor
público, a oportunidade de conciliar as atividades familiares com o
trabalho”, explica. Mesmo trabalhando muito, não há a cobrança
excessiva que prevalece na iniciativa privada, sempre com a ameaça
do desemprego.
A fisioterapeuta Amanda Rosa, 24, sabe muito bem disso. Ela estuda
para concursos há pouco mais de um ano, em busca de um cargo na sua
área. Na avaliação dela, independentemente de ser homem ou mulher,
o servidor público tem que desempenhar seu papel da melhor forma
possível. “Não há porque haver privilégios. Nem para homens,
nem para mulheres. Isso vale para tudo, inclusive para os cargos de
chefia na administração pública”, frisa.
Convicta, Amanda afirma que a sua aprovação em uma seleção
pública virá rapidamente. O professor Pugsley não duvida. “Na
grande maioria dos casos, as mulheres se mostram mais dedicadas em
tudo o que fazem”, destaca. Ele ressalta que isso, inclusive, é
visível no setor público. “As mulheres se mostram mais dedicadas
nas funções que ocupam em comparação aos homens”, afirma. O
empenho em prestar o melhor serviço fica maior quando elas ocupam
cargos de chefia.
Dicas
Segundo o professor Aragonê
Fernandes, independentemente de homem ou mulher, os concurseiros que
pretendem ser aprovados devem seguir algumas regras básicas. A
primeira delas, a dedicação. “Para isso, é essencial traçar um
planejamento de médio e longo prazos”, ensina. Outra dica
importante é ter persistência. Mesmo que se faça alguns ajustes no
meio do caminho, não há porque desistir. “Para quem tem o
pensamento curto, o cenário é desanimador. Quem pensa alto colhe os
bons frutos”, afirma.
Discriminação
As mulheres representam hoje
42% da força de trabalho no Brasil, mas sua participação, em
certas áreas, ainda é escassa. Pesquisa recente sobre a presença
feminina em diversos setores da economia brasileira mostrou que
apenas 8% dos cargos de direção eram preenchidos por mulheres.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
salário das executivas é, em média, 30% inferior ao dos executivos
no Brasil.
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