A época de preparação
para concurso sempre traz muitas mudanças. Alterações na rotina
são necessárias e naturais, já que os estudos demandam tempo e
concentração. Lidar com as interferências e influências externas
e assimilá-las a esse momento da vida é, muitas vezes, uma tarefa
complicada. O isolamento e a troca de prioridades trazem
consequências com as quais o concursando deve saber tratar.
Para psicóloga formada
pela Universidade de Brasília, Juliana Gebrim, a reclusão é uma
realidade necessária a quem almeja a aprovação em concursos
públicos. “O isolamento é fundamental no período de estudos. Não
só pela concentração, mas também para que o candidato não seja
influenciado por questões ao seu redor, questões muitas vezes que
não dependem dele. As pessoas se deparam com a perda de tempo com
situações que não são urgentes: brigas, culpa por não saber
dizer não, medo de se sentir rejeitado”, defende. Dar demasiada
atenção para certos pontos pode prejudicar e dispersar o estudante.
Decidir se tornar um
concursando e começar a estudar exige comprometimento. O período de
preparação reflete em todos os âmbitos da vida do candidato,
principalmente o social. Abrir mão da balada no fim de semana ou do
cinema com os amigos pode ser frustrante.
Espairecer
também é preciso para manter a estabilidade do estudante, mas,
segundo Juliana, sem exageros: “sair de vez em quando é salutar,
mas de vez em quando mesmo. O problema é que o jovem talvez não
tenha consciência dessa frequência. Ela deve ser rara. Muitas vezes
as pessoas reclamam que não estão vivendo, eu digo que estão
tomando uma decisão para o resto da vida”.
É preciso ter em mente
que a condição de concursando não é eterna, que essa fase da vida
vai ser finalizada. Muitas atribulações surgirão, mas as
dificuldades levarão a transformações positivas. Para a psicóloga,
é preciso ter consciência da importância do momento. “Tudo que
realmente vale a pena não será afetado.
Manter uma postura
incisiva, firme e categórica também é crucial para que o estudante
tenha sucesso. “Digo que existem duas características essenciais
que observo em quem passa; ser egoísta e saber dizer ‘não’. Não
tem como concursando não ser chato. Quase impossível”, esclarece
Juliana. Assumir essa conduta ajuda a manter a firmeza na preparação
e a evitar a dispersão e a desconcentração.
Procure a sua forma de
estudar. Não tem receita de bolo. Vejo pessoas gastando horrores
para seguir conselhos, pois com fulano seu certo assim. O jeito certo
é o seu. Se tiver que mudar algo, que seja em benefício próprio. O
caminho é um só: estudar; e muito”, explica.
Ainda segundo a
psicóloga, a maior dica para conseguir lidar melhor com a conturbada
temporada de estudos e preparação é não se deixar abater pelas
frustrações e conhecer seu ritmo. “Falo em resiliência em
primeiro lugar. É um conceito da física que foi emprestado para a
psicologia. Você é testado com a capacidade de voltar ao seu estado
normal e muitas vezes mais forte, mesmo com as pancadas da vida.
Outro fator primordial
para alcançar o grande sonho da carreira pública é paciência. Não
adianta se desesperar ou buscar alternativas milagrosas. “Brasileiro
tem mania de querer dar aquilo que chamo de ‘pulo do gato’. Quer
arrumar um caminho mais curto. Com concurso isso não funciona. Você
não passa estudando por resumos”, diz Juliana.
O equilíbrio emocional
também deve existir e os estudantes precisam cuidar da saúde
mental. “A pessoa está com uma enorme pressão. Estudar para
concurso público não é profissão. É um caminho com doação e
para isso deve-se abrir mão de algumas coisas. Se observar que está
em depressão ou ansiedade, procure uma ajuda com médico ou
psicólogo. Isso é fundamental”, finaliza a profissional.
Aproveite o tempo de
estudo da melhor forma possível, adaptando seu cotidiano e suas
necessidades de maneira eficiente. O seu sucesso só depende de
esforço e dedicação.
Fonte: Socialcon
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