Uma comissão técnica do Senado Federal foi criada para
estudar sobre novas mudanças ortográficas na Língua Portuguesa com a
ideia de simplificar a ortografia, além de querer eliminar a letra “h”
do início de palavras, quer também um pedaço do queijo, ou melhor,
sugere a eliminação da letra “u” da palavra queijo.
Parece
que o tempo do homem com “h” está mesmo chegando ao fim. Pelo menos é o
que propõe uma comissão técnica do Senado Federal que estuda novas
mudanças ortográficas na Língua Portuguesa. Além de querer eliminar a
letra “h” do início de palavras, quer também um pedaço do queijo, ou
melhor, sugere a eliminação da letra “u” da palavra queijo.
Não
se trata de posicionamento contra o Acordo Ortográfico, mas existe a
consciência de que algumas de suas regras (como o uso de certas letras, o
hífen, os acentos de pára/para, fôrma/forma) continuam dificultando e
encarecendo o ensino. Levantamento
feito por professores da Fundação Educacional do Distrito Federal
indicam o gasto de 400 horas/aula com ortografia, do ensino fundamental
ao médio, para decorar muito e aprender quase nada.
É
nesse tempo que nasce o desânimo e a crença de que português é muito
difícil, criando o bloqueio gerador do analfabetismo funcional e
causador do fato de que apenas 20% da população pode ser considerada
plenamente alfabetizada.
Esses mesmos
professores calcularam que, com a simplificação de algumas regras, a
ortografia seria ensinada mais eficazmente com apenas 150h/a, o que
representa uma forte economia de tempo e dinheiro (R$ 2 bilhões/ano).
A
Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, após ter
recebido vários sinais de alerta, realizou duas audiências públicas,
convidando as autoridades responsáveis pelo encaminhamento do Acordo
Ortográfico e representantes das opiniões criticas repercutidas na
sociedade, perante senadores como Cyro Miranda, Ana Amélia, Cristovam
Buarque, Lídice da Mata, Paulo Bauer, Flávio Arns, Marisa Serrano e
Augusto Botelho.
De
acordo com o secretário da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do
Senado, Julio Ricardo Linhares, o objetivo do grupo de trabalho, com
professores renomados como Ernani Pimentel e Pasquale Cipro Neto, é
aperfeiçoar e simplificar a língua.
A ideia da comissão
nasceu com as constantes discussões em audiências públicas sobre a
Reforma Ortográfica de 2009, que alterou 0,5% do vocabulário brasileiro,
segundo o Ministério da Educação.
O QUE MUDARIA
- Sem “H”
Homem - Omem
Deixa-se de escrever o “h” no início das palavras porque ele não é pronunciado. Exemplos: oje, ora, istoria, etc.
”QU” SEM O “U” Queijo - qeijo
Deixa-se de escrever o “u” porque não é pronunciado. Exemplos: qero, aqilo, leqe, etc.
“CH” por “X” Chá - xá Somente a letra “x” poderia representar esse som. Exemplos: flexa, maxo, caxo, etc.
“S” por “Z” Exemplo - ezemplo
Somente a letra “z” seria usada para representar o som de Za, Ze, Zi, Zo, Zu. Exemplos: bluza, analizar, ezuberante, etc.
Sem “SS”, “Ç”, “SÇ”, “XÇ” e “XC” Amassar - amasar
Na nova proposta, os encontros consonantais acima seriam eliminados.
Embora
ainda não haja um texto pronto ou projeto de lei, com as mudanças o
“ch” deixaria de existir e palavras como chá, flecha e macho, seriam
escritas assim: xá, flexa e maxo. O dígrafo “qu” também desapareceria.
Palavras como queijo e aquele ficariam assim: “qeijo” e “aqele”.
Para
o professor de Língua Portuguesa José Augusto de Carvalho, uma reforma
ortográfica precisa levar em consideração a opinião de especialistas no
assunto, como linguistas e gramáticos, e não profissionais ligados à
política.
“Não é porque deixamos de
pronunciar a letra “h” que temos de eliminá-la. Ela faz parte da
etmologia da palavra e é comum que isso ocorra em outros idiomas como no
inglês. A mudança é inútil”, garante.
Buscar
escrever como se pronuncia é um risco, segundo o professor do ensino
fundamental no Centro Educacional Praia da Costa, Rodrigo Acosta.
“Chamamos isso de transcrição fonética. A pronúncia das palavras muda de
um local para outro. Não podemos oficializar uma escrita sem prejudicar
a comunicação. Além disso, pode prejudicar o aprendizado”, defende ele.
Conforme
Linhares, novo debate deve acontecer em setembro, em Brasília, para
discutir as questões ortográficas. E a população poderá participar. “Não
temos a pretensão de ditar regras. Vamos ouvir especialistas e a também
a comunidade em audiência pública para discutir o melhor a se fazer”,
conclui.
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